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Aquela máxima de que a palavra saudade é uma exclusividade da língua portuguesa cai por terra no primeiro google que qualquer ser humano, com ou sem consciência, de qualquer idade, se prontifica. Não é verdade, não é uma palavra só nossa, exclusiva da língua portuguesa, porém, é bem verdade, pura realidade, que o seu fim, independente da sua origem, pode estar bem próximo, dobrando a esquina da informatização rumo ao breu do amanhã incerto.

A chamada tecnologia, que de fato nos aproxima do outro tão distante, e ao mesmo tempo nos distancia de quem está pisando nos nossos pés, coloca na guilhotina, uma das mais lindas palavras e sentimentos do mundo, a saudade, aliás, o fim do termo saudade!

Porque? Simplesmente porque vai deixar de se sentir, e consequentemente, logo, deixar de existir. Aquilo, ou aquele que estava tão longe ontem, já não escapa dos inúmeros e sufocantes registros digitais. Assim, aquele ou aquilo, logo colocará fim à saudade. Não vamos mais sentir saudades. E não se assuste com isso! Está mais próximo do que o ado!

Fato é que no duelo do sentimento, a lembrança perde para a tecnologia e o que estava tão distante, bate na nossa porta, na nossa cara, nas nossas mentes, redes e afins. E de tal forma e exagero tecnológico que chega até o desprazer de vídeos, fotos, posts e milhões de estigmas da tal viralização que cansa, sufoca e vem matando aquele sentimento do ado.

É triste afirmar, e talvez até incorreto, mas não nos relutamos em dizer: não vai existir mais saudade. Nossa geração e as anteriores ainda convivem e vão conviver com o gosto que dissipa aos poucos, mas os novos e intelectuais sórdidos dos pescoços curvados não conhecerão o que foi um dia sentir saudade.

por Bruno Ferreira

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