Apoiador declarado da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais, o prefeito de Carandaí, Vasiquinho Gravina (PSD), proibiu seus funcionários comissionados de manifestarem suas preferências políticas para o segundo turno das eleições presidenciais. Em áudios, enviado em um grupo que o prefeito mantém com os servidores contratados, Vasiquinho, que cumpre o segundo mandato, confirma sua identidade e declara seu voto em Bolsonaro.
“Aqui quem fala é Vasiquinho, prefeito de Carandaí. Quero mandar um recado e que seja bem gravado, para os comissionados. Quem dá serviço a vocês, sou eu, Vasiquinho, prefeito de Carandaí, pode gravar aí. Cada um que quiser tomar suas providências, pode. Eu sou Bolsonaro, pela ética, moral, da família, do agro, de Carandaí, das indústrias, por tudo de bom que acontece no país”, diz o gestor da cidade de cerca de 26 mil habitantes.
Logo em seguida, o prefeito, que foi reeleito em uma coligação que tem o PT nas eleições municipais de 2020, proíbe os funcionários de declararem apoio no pleito disputado por Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Está proibido qualquer um se manifestar dos comissionados. Votem em qualquer um que quiser, você pode votar no Lula e no Bolsonaro, mas não se manifeste como cargo de confiança do município. Tô dando o último aviso para vocês. Vocês não são obrigados a acompanhar minha ideologia, mas são obrigados a ficar calados”, avisa.
Em um segundo áudio, Vasiquinho aumenta o tom de alarmismo e afirma que, se os rees de verbas aos municípios atrasarem no futuro, os salários também vão atrasar.
À reportagem de O TEMPO, Vasiquinho confirmou a veracidade dos áudios, mas alegou que o objetivo era alertar que cargos de confiança não usassem perfis das redes sociais oficiais do município para declarar voto, o que não é citado pelo prefeito nos áudios.
A maioria da população de Carandaí escolheu Lula no primeiro turno. Foram 52,96% contra 39,77% em Bolsonaro.
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