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De acordo com dados da Fundação Biodiversitas existem 273 espécies de animais ameaçados de extinção em Minas Gerais, além de uma espécie extinta no estado: a ariranha (Pteronura brasiliensis). Entre essas espécies, 33 são endêmicas, ou seja, só existem no estado. Mas, como o último diagnóstico foi feito há quase dez anos, este número pode ser ainda maior. É que a lista vigente data de 2010, quando houve uma deliberação normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovando o documento. Desde então, o Estado não faz um balanço diagnóstico de sua fauna e flora.

O bioma predominante na Zona da Mata mineira é a Mata Atlântica que se destaca como um dos mais desmatados do estado, conforme dados do Atlas da Mata Atlântica divulgados em 2023. Em Minas Gerais, 7.456 mil hectares foram derrubados em um ano, o equivalente a mais de dez mil campos de futebol. Essa é uma das razões para que o número de espécies animais e de plantas ameaçadas seja elevado comparado a outros biomas. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que, de um total de 11,8 mil espécies avaliadas em levantamento na Mata Atlântica, 24,1% estavam ameaçadas de extinção em 2022. O percentual equivale a 2.845 espécies em risco, considerando a fauna e a flora.

Esse levantamento foi intitulado “Contas de Ecossistemas: espécies ameaçadas de extinção no Brasil” e tinha como objetivo comparar os dados de 2022 com a edição anterior de 2014. Naquele ano, foram avaliadas 9.042 espécies do bioma e foi constatado que 22,3%, o equivalente a 2.016, estavam ameaçadas de extinção. A pesquisa concluiu que, entre os biomas, a Mata Atlântica se manteve com o maior número de espécies avaliadas, a maior quantidade de ameaçadas e o maior número de espécies extintas, que subiu de sete para oito, com a inclusão da Perereca-gladiadora-de-sino (Boana cymbalum).

A lista global de espécies é coordenada pela IUCN  (sigla em inglês para União Internacional para Conservação da Natureza). “Apesar de ser feita por pesquisadores, ela não tem força de lei no Brasil. As listas estaduais e a nacional que possuem força”, explica o professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Henrique Caldeira Costa. Cada espécie de fauna e flora é avaliada e enquadrada em uma das três categorias de ameaça: criticamente em perigo (a de maior risco), em perigo e vulnerável.

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