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““Os médicos plantonistas do pronto-atendimento do hospital de Barroso estão atendendo apenas casos de urgência e emergência. O motivo foi o não pagamento do salário referente ao mês de setembro, que venceu no dia 20 de outubro”, este é o trecho de uma matéria do Portal G1 do dia 2 de novembro de 2016. Na matéria publicada pelo site e compartilhada pelo barrosoemdia, aparece uma faixa na entrada da Instituição que traz os seguintes dizeres: “Estamos atendendo somente urgência e emergência”. E aquele novembro de 2016 não foi a primeira vez que os barrosenses se depararam com a situação financeira caótica do hospital de Barroso.

 

A frase: “O Hospital de Barroso corre o risco de fechar as portas”, já foi dita e repetida por anos e anos na cidade. Ao longo deste tempo, também como mostram as redes sociais da Instituição, foram inúmeros leilões beneficentes, feijoadas, bingos e até rifas de um lote. Ou seja, não é de hoje que o Instituto Nossa Senhora do Carmo, Divisão Hospitalar Macedo Couto, a por problemas financeiros. Um fato constatado e um problema crônico na Instituição que nasceu através de voluntários na década de 70 e se tornou referência na região.

 

Para tentar resolver o problema, já no primeiro ano de mandato, 2021, o prefeito do município, Anderson de Paula, conversou com representantes do Hospital para entender o que poderia ser feito para solucionar o problema financeiro da Instituição. “Assim que fomos eleitos, conforme meta do nosso trabalho, recebemos a direção do Hospital, e, em conversa com os representantes, decidimos que teria que ser feito um diagnóstico da Instituição”, conta o prefeito. “Tinha muita coisa que não estávamos entendo e muitas informações que não chegavam para nós, assim, achamos melhor, em conjunto, que procurássemos uma empresa para realizar o diagnóstico”, relatou Anderson em diversas entrevistas e falas públicas.

 

LABORARE

 

Desta forma, meses depois da reunião inicial, a pedido dos próprios representantes do Hospital, conforme ata, a empresa Laborare é contratada pela Instituição para fazer o então diagnóstico. A Prefeitura, de acordo com o prefeito, reou o recurso para que o hospital contratasse a empresa. Meses depois do diagnóstico um documento de 150 páginas com vários problemas e informações é apresentado ao executivo e posteriormente a Câmara Municipal de Barroso pelos representantes da empresa.

 

Diante dos problemas enfrentados e dos inúmeros erros diagnosticados, o próprio Hospital,  conforme ata, resolve contratar a mesma empresa Laborare para aplicar as novas metodologias na Instituição. Com o apoio financeiro novamente do poder público, mas agora da Câmara Municipal, na época com então Presidente Leone Nascimento, os valores foram definidos para a contratação da empresa. A Prefeitura, juntamente com a Instituição, nomeou, através de Decreto uma Comissão Intergestora com nove membros, sendo três do executivo, três do Hospital e três vereadores, que foram escolhidos por eles mesmos e votados por unanimidade na Câmara.

 

Com 76 ações definidas, a empresa Laborare começou, através da Comissão, a realizar os trabalhos no Hospital, porém, segundo o vereador Luizinho Moreira, em 50 dias, apenas sete ações haviam sido colocadas em prática e o tempo estava correndo.

 

“Precisamos agilizar estas ações porque tem dinheiro público envolvido e é nosso dever fiscalizar e pedir o andamento deste plano de trabalho”, diz Luizinho. E foi neste momento do processo de execução e diante dos questionamentos do vereador em público, que a empresa Laborare, através de seu representante, foi até o plenário da Câmara tornar público a resistência por parte de alguns profissionais do Hospital. Segundo os responsáveis, haviam muitas pessoas trabalhando contra e documentos contábeis estavam em desacordo com a realidade.

 

CLIMA TENSO

 

No embate entre funcionários e equipe da Laborare uma reunião com a presença do executivo e parte do legislativo aconteceu no prédio do antigo FAPI.

 

A reunião, que ocorreu em clima tenso acabou com com o pedido de retirada de diretores e responsáveis pela Instituição. Diante destes desligamentos, ou seja, daqueles responsáveis que assinavam pelo Hospital, a Comissão teve que levar o caso ao Ministério Público, pois não tinha um responsável legal para responder pela Instituição e, entre outras coisas, realizar pagamentos. O MP, diante da situação, abriu uma Ação Civil Pública (A) e nomeou uma nova comissão para gerar o Hospital de Barroso que hoje se encontra em Intervenção Judicial, inicialmente, até agosto deste ano, quando terá nova eleição para a sua Presidência.

 

Assim, com a decisão do Ministério Público, em uma nova reunião, conforme ata, foi oferecido a Direção da Instituição para todos os membros presentes, mas ninguém, com exceção do barrosense André Sacramento,  aceitou o desafio e responsabilidade. Com as novas mudanças e novas atitudes que teriam que ser tomadas pela nova diretoria, os problemas foram agravando, a resistência de alguns funcionários aumentando e casos como a questão do sobreaviso, plantão de pediatria e anestesia e a demissão de funcionários culminou numa avalanche de comentários, debates e inverdades nas redes sociais, além de pronunciamentos contras e a favor das mudanças na Câmara Municipal de Barroso.

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