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Em menos de 24 horas, dois acidentes violentos em rodovias de Minas Gerais deixaram 14 mortos, incluindo duas crianças, e pelo menos 22 pessoas hospitalizadas, algumas em estado grave. A terça-feira começou com um ônibus capotando na MG-223, no Triângulo Mineiro, matando 11 pessoas. Horas depois, um carro colidiu com uma carreta na BR-040, em Itabirito, matando mais três. Os dois episódios lançam luz sobre uma estatística trágica: somando os dados das esferas estadual e federal, o estado já contabiliza 181 mortes em acidentes nas estradas apenas nos dois primeiros meses do ano.

O impacto dos dois acidentes lança luz sobre a realidade crítica da malha rodoviária mineira. O estado tem a maior extensão de rodovias do Brasil, com um volume elevado de tráfego interestadual e intermunicipal nos mais de 272 quilômetros de estradas. E é nas rodovias federais que cortam o estado que os números de acidentes são mais alarmantes. Só nos dois primeiros meses de 2025 foram 115 mortos e um total de 1.813 feridos —muitos deles em ocorrências de grande porte, envolvendo ônibus, caminhões e veículos de eio. Minas ultraou a Bahia e, agora, lidera o ranking nacional de mortes em estradas federais no início deste ano.

Já nas rodovias estaduais, segundo o de Acidentes de Trânsito do Observatório de Segurança Pública de Minas Gerais, foram 66 mortes, 892 vítimas e 149 internações em estado grave no mesmo período. Somando os dados das esferas estadual e federal, o resultado são 181 mortes apenas em janeiro e fevereiro. Em 2024, o número total de mortos nas estradas mineiras chegou a 2.124.

O histórico de acidentes em Minas reflete uma combinação de fatores estruturais, operacionais e comportamentais, explica Silvestre Andrade, especialista em transporte e trânsito. A precariedade de trechos rodoviários, a falta de sinalização em áreas rurais, a alta densidade de tráfego e a negligência de condutores são apontadas pelo especialista como elementos recorrentes nesses sinistros.

Estado de Minas

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