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Responsável pela morte de um homem a cada 38 minutos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata ainda é cercado de estigmas envolvendo os exames preventivos e o tratamento. O machismo e o preconceito são entraves para que a população masculina realize todos os procedimentos necessários para o diagnóstico precoce da doença, conforme o médico urologista Victor Fanni, representando prejuízo para a plena recuperação dos afetados. A detecção prematura é considerada a principal forma de evitar as formas mais graves da doença.

O câncer de próstata é a manifestação mais comum da doença na população masculina, com uma fatia de 29% dos diagnósticos de câncer no Brasil. Dados do Inca indicam média de 65 mil casos anuais entre 2020 e 2022, sendo que homens com idade superior a 55 anos, com excesso de peso e obesidade, são os mais atingidos pela enfermidade. O monitoramento do Instituto também aponta que um a cada nove homens é diagnosticado com câncer de próstata ao longo da vida.

Dada a alta incidência, os exames para a detecção da doença são oferecidos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme destaca o médico urologista do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF) Victor Fanni. “Na nossa região, os pacientes têm o pela rede pública, nas unidades básicas de saúde”, garante.

Atualmente, é recomendado que homens com 50 anos ou mais realizem os exames preventivos pelo menos uma vez ao ano. Caso a pessoa tenha histórico da doença na família, sobretudo se tratando de irmão ou pai diagnosticados, a recomendação é que a prevenção seja iniciada aos 45 anos. A prevenção se dá a partir da coleta de sangue e do toque retal. “Os dois exames juntos têm maior chance de diagnosticar e são capazes de identificar a pessoa que tem maior risco de ter uma doença mais agressiva”, constata o médico. “Tudo isso é feito pelo SUS, basta o indivíduo ter interesse em ir.”

A ressalva do urologista se dá pelo estigma intrincado ao câncer de próstata e as formas de detecção e tratamento da doença. Como lembra Fanni, no Brasil ainda existe resistência de parte da população masculina com o exame de toque. “Essa questão tem a ver com preconceito, com um perfil de sociedade um tanto quanto machista”, aponta Fanni. “A expectativa é que isso melhore ao longo dos anos, por conta do perfil dos indivíduos mais jovens.”

De acordo com Victor Fanni, o câncer pode se localizar unicamente na próstata, invadir a vesícula seminal ou, até mesmo, ar por metástase e se tornar generalizado. Nas duas primeiras situações, o tratamento se mostra mais efetivo e estatísticas apontam para 100% de sobrevida no período de cinco anos. Se a doença estiver em fase metastática, no entanto, apenas cerca de 30% dos enfermos sobrevivem pelo prazo de cinco anos após o diagnóstico.

Via Tribuna de Minas

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