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A técnica de enfermagem Lorena Braga, de 27 anos, tinha seis anos de profissão, em 2020, quando foi acionada para aplicar uma medicação endovenosa em uma paciente. A profissional já havia repetido a atividade centenas de vezes na carreira, mas, naquele dia, ao descartar a agulha contaminada com material biológico, um acidente aconteceu. “Não sei como, mas furei a mão. Eu chorava. ava um roteiro na minha cabeça, imaginando como seria minha vida se eu contraísse uma doença”, lembra.

Casos como o de Lorena fazem parte de uma estatística preocupante: em 2022, 63,8 mil acidentes de trabalho foram notificados em Minas, 2° maior índice entre os Estados brasileiros. Houve alta de 9,8%, se comparado a 2021. Do total de registros, 6,3 mil ocorreram entre profissionais que atuam no atendimento hospitalar, setor que, há uma década, lidera o ranking de atividades com mais trabalhadores acidentados no Estado. Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério Público do Trabalho (MPT).

O relatório aponta que os técnicos de enfermagem são as principais vítimas em Minas. Os profissionais estão expostos, principalmente, a ferimentos nos dedos (40%) e mãos (8%). Ainda que, à primeira vista, possam parecer simples, lesões provocadas por agulhas e bisturis são uma grave ameaça à saúde. “Tive que tomar coquetel anti-HIV e precisei refazer exames por três meses. Foi um sufoco”, desabafou.

Para a diretora executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), Neuza Freitas, “as campanhas educativas contra acidentes de trabalho em ambiente hospitalar ainda são a melhor forma de prevenção”.

As unidades de saúde da rede pública do Estado têm núcleos de saúde e segurança, que realizam as ações e políticas de prevenção entre os profissionais, informou, em nota, a Diretoria Central de Saúde Ocupacional (DCSO), vinculada à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Nos hospitais de média e alta complexidade geridos pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), por exemplo, treinamentos “reforçam medidas de prevenção de acidentes decorrentes da exposição a material biológico”, afirma o órgão.

Via Hoje em Dia

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