O médico Paulo*, hoje com 66 anos, fumou o primeiro cigarro aos 9, em uma cidade do interior de Minas. Dois anos depois, comprou o primeiro maço. “No meu grupo de criança, na década de 60, todos fumavam”, lembra o clínico e ex-fumante, que atua em BH.
Paulo fumou até 2007, quando um amigo fumante, também morador da capital, sofreu infarto. O médico e a mulher, da mesma profissão, aderiram a um programa antifumo semelhante ao do Sistema Único de Saúde (SUS) e conseguiram cessar o vício. “Já são 15 anos sem”, comemora Paulo.
Casos como o de Paulo e da mulher têm se tornado mais frequentes, conforme os dados da Pesquisa Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) e da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), ambas do Ministério da Saúde, que são as informações mais recentemente divulgadas pelo órgão.
Ex-fumantes em Minas
Em Minas Gerais, de 2013 a 2019, a quantidade de ex-fumantes subiu de 17,1% da população para 28,4%, segundo dados da PNPS. Em BH, a Vigitel atestou queda no número de fumantes, que ou de 12,8% da população em 2013 para 10,6% em 2019.
Fumar multiplica as chances de ter câncer de pulmão
A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é que o fumante homem tem 23 vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão do que o que não fuma. No caso das mulheres que são tabagistas, elas têm 13 vezes mais chances de desenvolver a enfermidade nos pulmões do que aquelas que não usam tabaco.
Homens e mulheres fumantes têm de 12 a 13 vezes mais chances de morrer de bronquite crônica e enfisema em relação a quem não fuma, ainda segundo o Inca.
*Nome fictício.
Via O Tempo