A recusa das famílias em doar órgãos do parente que acabou de morrer ou de 25%, antes da pandemia, para 45% em Minas. Vencer, com muita informação, a resistência de quem está de luto para permitir que mais captações possam acontecer é o desafio do MG Transplantes – que neste mês intensifica as ações de conscientização sobre o assunto, como parte da campanha Setembro Verde.
“As campanhas são de extrema importância, pois o grande público pode entender mais sobre o que é a morte encefálica, por exemplo. Isso ajuda para que, caso a pessoa tenha um familiar que seja um potencial doador de órgãos, simplifique a comunicação do diagnóstico a ela e, consequentemente, a tomada de decisão”, diz o coordenador do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado.
Superar tabus e dialogar sobre o assunto é igualmente importante, destaca Omar.
“As pessoas precisam conversar mais, principalmente dentro de casa, e expor suas ideias a respeito da doação de órgãos. Levar informação à população faz com que elas dialoguem mais”, opina.
Segundo o MG Transplantes, o número de procedimentos realizados no Estado vem crescendo – foram 1.573 em 2020, 1.733 em 2021 e 2.003 em 2022.
O coordenador do serviço, que é vinculado à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), ainda destaca a necessidade de melhoria dos índices de notificação de possíveis doadores nas unidades de saúde.
“O diagnóstico de morte encefálica demanda muitos profissionais e exames complementares que não estão disponíveis em todos os lugares. É preciso que a rede estadual de saúde possa identificar estes pacientes”, completa Omar. Por isso, em 2023, o MG Transplantes retomou os cursos de diagnóstico de morte encefálica interrompidos durante a pandemia.
Este ano foram treinados cerca de 450 médicos pelas equipes da instituição.