Há muitos anos, em uma manjedoura, uma mulher deu a luz a um Filho. Foi concebida por um anjo, que disse que o menino deveria chamar-se Jesus. ados mais de 2000 anos, o nascimento desse Menino continua sendo lembrado.
De fato, nas últimas décadas, mesmo para nós, Cristãos, esse Menino tem perdido espaço, durante o Natal, para o Papai Noel, os presentes e a comida. Novos deuses que se assenhorearam desta data. Mas, o Menino continua relutante, e a cada dia 25 de dezembro, renasce em nossos corações e trás paz, alegria e mansidão. Que nós, Cristãos ou não, possamos ter, no exemplo de Jesus, aquele Menino da manjedoura, nascido em uma Noite Feliz, com música de pastores e anjos no céu, novamente, um renascimento em nossos corações e darmos mais sentido à nossa existência.
E com o Natal, aproxima-se, também, o Novo Ano. Sempre há uma renovação no Réveillon. Renovação de ano, de promessas e de sonhos. E neste ano, diferente dos dois anteriores, a agem será regada a abraços, beijos e comemorações mil, com o amento (ou pelo menos, do pior momento) da Pandemia.
Mas, o ano novo trará novos desafios. Novos objetivos e sonhos sempre trazem consigo muita luta, perseverança e abnegação. Não é fácil cumprir as metas traçadas no Réveillon. Mas, com ajuda daquele Menino, aquele mesmo “renascido” na noite de Natal, nossos sonhos e objetivos podem, e devem, se tornar realidade.
E esta coluna deseja a todos vocês neste Natal e ano vindouro, sorte, garra e força, para buscarem aquilo que realmente desejam e seja importante, mas desejando, principalmente, que não façam de suas vidas uma busca incessante pelo sucesso pessoal. Na verdade, as verdadeiras conquistas são aquelas que são compartilhadas. De nada adianta a vitória de um se essa conquista não traz o bem para todos. A sociedade é sórdida, e não podemos nos subsumir aos anseios do capital e mesquinhos que pensam no ganhar, a qualquer custo, ainda que, para isso, muitos sejam prejudicados. Que a justiça social possa ser a real busca de nossa sociedade. Um mundo desigual como o que vivemos não é bom nem para os vencedores.
E como é fim de ano, gostaria de trazer singelos versos de Manoel Bandeira:
Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Espero que durante nossas conversas mensais por meio das páginas do barrosoemdia, tenha eu podido deixar algo de bom e proveitoso aos leitores. E espero, de todo coração, poder, no ano vindouro, continuar essa tão agradável e difícil tarefa que é escrever para toda a sociedade barrosense. Sei que não agradei a muitos, mas saibam que, de todo coração, o que escrevi e escrevo é o que eu realmente acredito.
E ao contrário da linda música, “Noite Feliz”, clamo ao Menino Deus para que fique bem acordado no ano que se avizinha, principalmente tomando conta de nosso Brasil, que, infelizmente, está tão divido. Oxalá um dia sejamos um país, de fato, livre, justo e fraterno.
Feliz Natal e um ano novo cheio de realização a todos.
por Gian Brandão