Depois de enfrentar a maior epidemia de febre amarela da história e em meio à interminável batalha contra o mosquito Aedes aegypti, para se evitar dengue, chikungunya e zika, Minas Gerais entra agora em alerta contra outra velha doença: a malária.
O alarme foi ligado depois da notificação de 14 casos suspeitos desde a sexta-feira ada, cinco deles ainda em investigação. Os outros nove foram descartados.
Os diagnósticos estão concentrados em três municípios da Região Leste, na divisa com o Espírito Santo, estado em que há atualmente surto da doença.
Ao longo de 2018, Minas registrou 20 casos confirmados da doença, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. Todas essas contaminações ocorreram na região amazônica, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Os cinco casos em análise estão distribuídos entre as cidades de Mantena (três), Conselheiro Pena e Galileia. São cidades que ficam a poucos quilômetros dos municípios capixabas de Vila Pavão e Barra de São Francisco, que registraram as primeiras transmissões no mês ado. Além da proximidade com a área de risco, os pacientes apresentam quadro clínico suspeito.
De acordo com o Ministério da Saúde, até o último dia 15 foram registrados e estão em investigação no Espírito Santo 127 casos de malária por Plasmodium falciparum (o mais letal), sendo 99 no município de Vila Pavão e 28 em Barra de São Francisco, com confirmação laboratorial de uma morte pela doença. Nesses locais, estão sendo feitas diversas ações, como diagnóstico e tratamento supervisionado, borrifação de inseticidas em moradias e educação em saúde. Em caráter emergencial, também foram encaminhados medicamentos e testes rápidos adicionais para o estado. Além disso, um técnico do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária esteve nos municípios para apoiar as ações de contenção do surto, além de orientar as equipes municipais e estadual sobre as estratégias de controle da malária mais eficazes e adequadas à necessidade local.
A malária é uma doença febril aguda causada por parasitas transmitidos pela picada de mosquitos (veja arte). Se diagnosticada e tratada corretamente em até 48 horas do início dos primeiros sintomas, tem cura. Das cinco espécies causadoras da malária humana, o Plasmodium falciparum e o Plasmodium vivaxsão os mais comuns no Brasil. Em poucos dias de infecção, o P. falciparum causa quadro grave, por isso, todo suspeito de malária deve, de imediato, ser submetido ao exame laboratorial. Já o P. vivax apresenta um quadro de clínico mais brando, de febre, mal-estar e dor de cabeça, mas, se não for tratado, pode levar o paciente a complicações e até à morte. Do lado mineiro, a SES está mobilizando 51 municípios da Região Leste, fazendo o alerta e capacitando profissionais da saúde, entre outras medidas.
Em Minas, os exames para confirmar a doença são feitos nos municípios e am por nova análise no laboratório da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Estado de Minas